domingo, 18 de abril de 2010

Amor de Colombina


Bem galera, bom dia, ao menos para mim...Acabei de acordar agora e vim postar a terceira parte da história nossa de cada dia. Caaaraaaaaacaaaaaa ontem foi muuuito booooaa a noite!! Nunca imaginei que seria taao legal assim, tirando o sono e a moleza no final...Muitas coiss "inexplicáveis" aconteceram...Começando pela hora da fila, estávamos lá Luana, minha fiel escudeira e eu esperando para entrar (graças a Deus tivemos a bendita idéia de sair cedo de cas) Quando me passa uma conhecida minha, aé então td bem, lembrei que essa semana foi aniversário de uma AMIGA minha, imaginei logo...ela deve vir tbm...
Dito e feito, uns 10 minutos depois, ainda na fila, me chega aqela pessoa linda e loira reluzente a luz do luar...Olha q bonitooo!! kaospak Aí td bem, entramos, tiramos fotinha, bebemos e talz...A parte bizarra começa apartir daí...

Luana, minha fiel escudeira, tem um estranho hábido de inperceptivelmente atrair velhos e o pior de tudo, DOIDOS! Lá na pista, Eu to vendo a Lu com uma cara de quem estava com uma pedra no sapato, não entandi nada, preferí deixar prá lah...Passou um tempo e percebí o que estava acontecendo, ela acabara de ser pedia em casamento por uma DOIDO VARRIDO que constantemente gritava "UHUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUULLLLLLLL" ao som da música que bombaaava quando ela me contou isso eu quase me taquei noc hao!! Logico que ela será relembrada do seu romantico pedido até o fmi de sua existência!!
Após o passado, estávamos novamentena pista, quase na hora de irmos embora, estava com um copinho d'agua na mão(realmente era água, H²O) e me chega um senhor aparentando ter uns 60 e poucos anos por trás de mim e "desarma" o meu joelho por trá. Eu parei olhei pra fuça do velho que hagia normamelnte como se nda tivesse acontecido. Aquilo me tomo de odio! Olhei de novo pra fuça do velho e falei um sonoro "PORRA"
. O velho deve ter percebido que a brincadeirinha não havia sido de bom gosto e saiu de perto com uma cara xoxa..
Agora no ponto Luana e eu esperávamos o onibus, ou algum outro meio de transporte que nos levasse pra casa. Obviamente que a essa altura o que separava nossos pés do chão já não nos separavam, estavamos descalços e com os pés respirando a todo o ulmão. Esperamos, esperamos e esperamos. Etáo que passou uma van, que custava R$4,00 diga se de passagem, e nos trouxe para o aconchego de nossos lares. Só apos a arrancada do motrista que fui dar conta de que a meia havia ficado no ponto, sozinha e abandonada...Agora já era tarde de mais e já estavamos de volta pra casa, não havioa mais volta. A pobre coitada da meia havia se perdido para todo o sempre na cidade. Adeus, meia, sentirei sua falta!










Sem mais histórias de night...


Uma voz que canta se aproxima.














A VOZ Esse olhar deu-me o desejo
daquele beijo encontrar,
mas nunca , reunidas, vejo
a volúpia desse beijo
e a tristeza desse olhar!


PIERROT , extasiado: Escutaste, Arlequim, que cantiga tão bela?


ARLEQUIM Era dela esta voz?


PIERROT Esta voz era dela...


Arlequim está imerso na sombra e um raio de luar ilumina Pierrot. Entra Colombina trazendo uma braçada de flores.


COLOMBINA, vendo Pierrot: Tu? Que fazes aqui?


PIERROT Espero-te, divina...A sorte de um Pierrot é esperar Colombina!


COLOMBINA Pela terra florida, olhos cheios de pranto, eu procurei-te muito...


PIERROT E eu esperei-te tanto!


COLOMBINA Onde estavas, Pierrot? Entre as balsas amigas, tendo no peito um sonho e no lábio cantigas, dizia a cada flor: “Mimosa flor, não viste um Pierrot muito branco...”


PIERROT Um Pierrot muito triste...


COLOMBINA E respondia a flor: “Sei lá... Nestas campinas passam tantos Pierrots atrás de Colombinas...” E eu seguia e indagava: “Ó regato risonho: não viste, por acaso, o Pierrot do meu sonho? “ E o regato correndo e cantando, dizia: “Coro e canto e não vejo” - e cantava e corria... Nos céus, erguendo o olhar, eu via, esguio e doente, o pálido Pierrot recurvo do crescente... Assim te procurei, entre as balsas amigas, tendo no peito um sonho e no lábio cantigas, só porque, meu amor, uma noite, num banco, eu encontrara olhar de um triste Pierrot branco.


PIERROT Não! Não era um olhar! Ardia nessa chama
toda a angústia interior do meu peito que te ama
Nosso corpo é tal qual uma torre fechada
onde sonha , em seu bojo, uma alma encarcerada.
Mas se o corpo é essa torre em carne e sangue erguida,
O olhar é uma janela aberta para a vida,
e, na noite de cisma, enevoada e calma,
na janela do olhar se debruça nossa alma


COLOMBINA, languidamente abraçada a Pierrot:
Olha-me assim, Pierrot... Nada mais belo existe
que um Pierrot muito branco e um olhar muito triste...
Os teus olhos, Pierrot, são lindos como um verso.
Minh’alma é uma criança, e teus olhos um berço
com cadências de vaga e, à luz do teu olhar,
tenho ânsias de dormir, para poder sonhar!
Olha-me assim, Pierrot... Os teus olhos dardejam!
São dois lábios de luz que as pupilas me beijam...
São dois lagos azuis à luz clara do luar...
São dois raios de sol prestes a agonizar...
Olha-me assim Pierrot... Goza a felicidade
de poluir com esse olhar a minha mocidade
aberta para ti como uma grande flor,
meu amor...meu amor...meu amor...


PIERROT Meu amor!

Colombina e Pierrot abraçam-se ternamente. Há, como um cicio de beijos, entre os canteiros dos lírios. Arlequim, vendo-os, sai da treva e, com voz firme, chama.


ARLEQUIM Colombina!


COLOMBINA, voltando-se assustada: Quem é?


ARLEQUIM Sou alguém, cuja sina foi amar, como Pierrot, a mesma
Colombina. Alguém que, num jardim, teve o sublime ensejo de beijar-te e jamais se esquecer desse beijo!


COLOMBINA, desprendendo-se de Pierrot: Tu, querido Arlequim!


ARLEQUIM, galanteador: Arlequim que te adora...Que te buscava há tanto e que te encontra agora.


COLOMBINA E procurei-te em vão, mas te esperava ainda.


ARLEQUIM a Pierrot: Ela está mais mulher...


PIERROT num êxtase: Ai! Ela está mais linda!


ARLEQUIM, enfatuado, a Colombina:
És linda, meu amor! Nessa formas perpassa na cadência do Ritmo, a leveza da Graça. Teus braços musicais, curvos como perfídia, têm a graça sensual de uma estátua de Fídias. Não sendo inda mulher, nem sendo mais criança, encarnas, grande viva, a Flor de Liz de França... Sobe da anca uma curva ondulante que chega a teu corpo plasmar como uma ânfora grega e é teu vulto triunfal, longo, heráldico, esgalgo, coleante como um cisne e esbelto como um galgo!


COLOMBINA, fascinada: Lindo!


ARLEQUIM E não disse tudo... E não disse do riso boêmio como ébrio e claro como um guizo. E ainda não falei dessa voz de sereia que, quando chora, canta, e quando ri, gorjeia... Não falei desse olhar cheio de magnetismo, que fulge como um astro e atrai como um abismo, e do beijo, que como uma carícia louca...
inda canta em meu lábio e inda sinto na boca!


COLOMBINA com um voz sombria de volúpia:
Fala mais, Arlequim! Tua voz quente e langue tem lascivo sabor de pecado e de sangue. O venenoso amor que tua boca expele, põe-me gritos na carne e arrepios na pele! Fala mais, Arlequim! Quando te escuto, sinto O desejo explodir das potências do instinto, O brado da volúpia insopitada, a fúria, do prazer latejando em uivos de luxúria! Fala mais, Arlequim! Diz o ardor que enlouquece a amada que se toca e aos poucos desfalece, e que, cega de amor, lábio exangue, olhar pasmo, agoniza num beijo e morre num espasmo. Fala mais, Arlequim! Do monstruoso transporte que, resumindo a vida, anseia pela morte, dessa angústia fatal, que é o supremo prazer da glória de se amar, para depois morrer!


PIERROT, num soluço: Ai de mim!...


COLOMBINA, como desperta: Tu Pierrot!


PIERROT, num fio de voz: Ai de mim que, tristonho, trazia à tua vida a oferta do meu sonho...Pouca coisa, porém... Uma alma ardente e inquieta arrastando na terra um coração de poeta. Na velha Ásia, a Jesus, em Belém, um Rei Mago, não tendo outro partiu através de Cartago, atravessando a Síria, o Mar Morto infinito, a ruiva e adusta Líbia, o mudo e fulvo Egito, as várzeas de Gisej, o Hebron fragoso e imenso, só para lhe ofertar uns grânulos de incenso... Também vim, sonhador, pela vida, tristonho, trazer-te o meu amor no incenso do meu sonho.


COLOMBINA com ternura: Como te amo, Pierrot...


ARLEQUIM E a mim, cujo desejo te abriu o coração com a chave do meu beijo? A tua alma era como a Bela Adormecida: o meu beijo a acordou para a glória da vida!


COLOMBINA fascinada: Como te amo, Arlequim!...


PIERROT desvairado pelo ciúme, apertando-lhe os pulsos, numa voz estrangulada: A incerteza que esvoaça desgraça muito mais do que a própria desgraça. Escolhe entre nós dois... Bendiremos os fados sabendo o que é feliz, entre dois desgraçados!


ARLEQUIM Dize: Queres-me bem?


PIERROT Fala: gostas de mim?


COLOMBINA, hesitante:
A Pierrot: Eu amo-te , Pierrot...
A Arlequim: ... Desejo-te, Arlequim...


ARLEQUIM, soturnamente: A vida é singular! Bem ridícula, em suma... Uma só, ama dois... e dois amam só uma!..


COLOMBINA , sorrindo e tomando ambos pela mão: Não! Não me compreendeis... Ouvi, atentos, pois meu amor se compõe do amor de todos dois... Hesitante, entre vós, o coração balanço:



A Arlequim: O teu beijo é tão quente...

A Pierrot: O teu sonho é tão manso...



Pudesse eu repartir-me e encontrar minha calma dando a Arlequim meu corpo e a Pierrot a minh’alma!
Quando tenho Arlequim, quero Pierrot tristonho, pois um dá-me o prazer, o outro dá-me o sonho!
Nessa duplicidade o amor todo se encerra: um me fala do céu... outro fala da terra!
Eu amo, porque amar é variar, e em verdade toda a razão do amor está na variedade...
Penso que morreria o desejo da gente, se Arlequim e Pierrot fossem um ser somente, porque a história do amor pode escrever-se assim:


PIERROT Um sonho de Pierrot...


ARLEQUIM E um beijo de Arlequim!

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